*E rendo-me ao por do sol*

No fim da tarde observo as ondas do mar que se abrandam O sol que descansa, resgatado num mar inquieto Nestes raios penetrantes do dia... Procuro decifrar enigmas, releio em teu olhar, Pétalas de luz a flutuar, pérolas vivas entrelaçam, por detrás das montanhas. Gotas destas horas divagam minha alma... Era preciso voar, sim ir ao encontro da luz mais brilhante. E é ao cair da tarde que me( en)torno neste poema de mar e (a)mar em suaves marés de sonhos. Deslizo silenciosamente nas palavras, atravesso esta luz e vejo névoas a se dissiparem. Reflexos coloridos espraiam(-se) ao oceano... Soluçam beijos vão, segredam saudades e amanhecem orvalhadas nas lembranças. Recolho-me neste afecto quase infinito ao por do sol, onde me rendo e pairo sobre as águas encantadas... Que me atrevo a navegar.

Fonte: http://www.luso-poemas.net/modul

"Queria romper com o tempo"

Ah, esta dor que me enlaça No ponto mais alto, sufocando meu respirar Chora a alma, derramando lágrimas que se cristalizam Esvaziando tristeza e emoções... E eu só queria ver o sorriso em meu olhar Olhar e ver o sol brilhando novamente... Caminhar sentindo o frescor das manhãs orvalhadas Sem se preocupar com o entardecer... Queria romper com o tempo... Esquecer cada tormento, sem que vida me apavorasse. Mas nunca me encontrei... Talvez minha alma seja pequena demais A ponto de não alcançar a felicidade que mereço... Ou, seja grande demais e só encontre após minha partida.

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